22 de outubro de 2019

Lápis de Cera - Reciclagem


Quando é fim-de-semana, chove e não sabes muito bem o que fazer, vai procurar sobras de lápis de cera e verás que encontrarás imensos bocadinhos que ninguém usa!
Pois que me fartei de ver esses bocados de lápis de cera, sentei os miúdos para separar tudo por cores e depois picar. O passo seguinte foi distribuir por forminhas de silicone, infelizmente só tenho 6 e o resto tivemos de colocar em formas metálicas o que para desenformar fez toda a diferença!

No forno bastaram uns 7 minutos a 200ºC e a cera fundiu sem problema criando cores matizadas muito mais bonitas do que os originais lápis de cera. Os meus filhos nunca foram de utilizar este tipo de material, primeiro porque a qualidade é muito fraca e depois não lhes dava muito prazer para dizer a verdade. Com esta reciclagem, os lápis de cera ganharam um formato e coloração muito mais apelativa! Fica a dica ;)













4 de outubro de 2019

O efeito Matisse



Diz que hoje é o Dia Mundial do Animal, ora sucede que desde maio que temos um gatinho chamado Matisse e parece-me que hoje é um dia feliz para escrever o quão gratificante é ter um animal a fazer-nos companhia.

A quantidade de coisas que os meus filhos aprenderam só ao ter um gatinho a conviver com eles diariamente já são de perder a conta. Tudo começou logo no dia em que o fomos buscar. Ao contrário do que acontece com muitos miúdos, o nosso Matisse não chegou a casa numa caixinha de cartão com um laço ao pescoço como se fosse um presente caído do céu, nós fomos buscar o nosso gatinho à casa onde ele nasceu.

Chegámos à casa da dona dos gatinhos e já restavam poucos dos 16 bebés que haviam nascido. Quando vimos o nosso gatinho, soubemos quase de imediato que seria aquele o nosso. Veio ter connosco, não saiu de perto dos miúdos, era brincalhão e amistoso. Quando vínhamos no carro aconteceu logo a primeira grande emoção: o gato começou a miar à procura da mãe... Os miúdos ficaram tão impressionados e comovidos que desataram logo a chorar também, que tinham pena do gatinho, que tinham pena da mãe que havia de estar à procura do filho, todo um drama de novela.

Tentámos tranquilizá-los e fazê-los compreender que o gatinho ia ficar bem, que logo ia começar a gostar muito de nós e que as saudades da mãe iam desvanecer. Julgo que terem passado por esta experiência foi logo o ponto de partida para olharem para aquele pequeno ser como um de nós, que também tem sentimentos, que tem medo e se assusta tal como nós.

Em casa foi toda uma logística, caixote, comida, onde dorme, não puxes o gato, não o pises, olha a água,... Passados alguns dias do embate inicial, tivemos o primeiro problema: o gato foi abalrroado numa correria lá em casa e magoou a pata. Veterinário com ele, crianças a chorar, gato internado, possibilidade de ter partido a pata, mais um drama que depois se resolveu bem mas que marcou também os meus filhos, ficaram com um sentimento de culpa por terem magoado o bicho que só choravam, dormiram mal, enfim...

À parte das peripécias negativas, como ter de deixar o gato sozinho nas férias e fins-de-semana, ter de pedir à avó para tomar conta e outras coisas relacionadas, a verdade é que ter um gatinho veio beneficiar imenso a relação dos meus filhos com os animais em geral. Se antes eram muito avessos e medrosos, agora têm uma confiança muito maior, sabem que os animais têm limites e tolerâncias diferentes e só tendo um animal de companhia é que os meus filhos conseguiram ultrapassar estes medos tão naturais.

O balanço é muito positivo, as crianças beneficiam muito, os animais são muito mais do que meros bibelots instagramáveis, são seres temperamentais com vontades próprias e dinâmicas que variam consoante as suas disposições. Se valeu a pena? Claro que sim, recomendo a toda a gente!

Feliz Dia do Animal**

31 de julho de 2019

31 de julho!!!


Ui, deixa cá tirar o pó a isto!!

Foi preciso terminar julho, terminar a escola, a piscina, a música, as correrias e tudo mais para eu ter cinco minutos de vagar para escrever no blog. Não fosse a bendita fotografia e de certeza que não vinha cá dizer que há 10 anos que tiro estas fotografias, que agora tenho uma filha quase do meu tamanho e que de certeza para o ano estará mais alta do que eu! Uma espécie de Ten Year Challenge é o que se passa aqui :) que crescidos que estão, tudo a ler, escrever, a saber mexer em tudo, quase não há segredos.

Há cerca de 3 meses aumentámos a família, reparem bem na fotografia deste ano! Não, não tenho barriga saliente, mas temos um felino a morar cá em casa, Matisse chama-se o gatinho e é uma revelação a tantos níveis que só isso mereceria (merecerá) um post.

A ver se daqui a alguns dias cá venho falar-vos do Efeito Matisse!

8 de janeiro de 2019

Entre o Natal e o Ano Novo



Entre o Natal e o Ano Novo andámos divididos entre a família e os amigos, entre jantares, parques e aldeias. Basicamente somaram-se dias em que as horas passaram devagar e foi possível pensar no ano que estava a terminar e começar a pensar nos dias que estão por vir.



















28 de dezembro de 2018

10 anos desta vida

No início deste mês fomos visitar os nossos amigos à Alemanha. Estava já tudo tratado há meses e pela primeira vez saímos do país sem os miúdos atrás. Os dias passaram devagar, entre mercados de Natal, passeios no parque, viagens de carro, cerveja e vinho quente, chocolates e bolos, muita conversa e descontração.
Neste mês o blog fez também 10 anos de escrita, ultimamente não muito periódica mas as coisas são assim mesmo. Quando no início há muito que contar, queremos que todos saibam das coisas, passados 10 anos, não há tanto a dizer, ou se calhar já não faz sentido dizer tanto... Uma das coisas que reparei nestes breves dias na Alemanha, foi na minha absoluta distração e perda de foco. Estar sem os miúdos, encontrando-me longe e com a certeza de que nada posso fazer por eles, sabendo também que tudo está controlado em casa, a minha mente ficou a trabalhar apenas a 30%. Fiquei lenta, fiquei um bocado totó e deixei-me ir um bocado na corrente "tá-se bem..." A fotografia que a nossa amiga nos tirou é por isso um retrato perfeito daquilo que fui nestes dias, um total desfoque e esta fotografia traduz bem aquilo que a maternidade provocou em mim, nestes útlimos dez anos. Em alerta permanente, ando todos os dias a planear coisas, a orientar vidas, a ralhar, a mandar vir, a corrigir, a motivar, a arrumar, cozinhar, estender, lavar, tudo, tudo e não para o meu cérebro... A maternidade não nos muda para pior nem para melhor, muda-nos simplesmente e quando nos alheamos brevemente desse estado de controlo geral, ficamos assim, eu fico pelo menos, meia absorta, meia à toa e por mim, tá-se mesmo bem!
Venham mais dez anos, certamente ainda mais desafiantes do que estes primeiros dez :)



Deixo-vos mais algumas fotografias desses dias de vaguear, sem horas para almoçar, comendo aqui e ali, sem grande destino...












14 de novembro de 2018

As nossas voltas por Lisboa

Depois da nossa manhã passada na companhia do IKEA, tivemos tempo para passear e abrir horizontes visuais das nossas crianças. Sempre que vamos a Lisboa os miúdos pedem imenso para irmos ao MAAT, já lá estiveram 3 vezes e cada vez que lá voltam é como se fosse a primeira, estou certa que este espaço os fascina por alguma razão para além das exposições.
A exposição OVERFLOW impressionou-os imenso. Idealizada por Tadashi Kawamata e realizada com materiais inteiramente recolhidos na costa portuguesa, a primeira reação deles foi que "se calhar exageraram na quantidade de lixo, oh mãe!", mas depois explicámos que na verdade havia certas zonas do nosso planeta que a situação era mesmo assim, um amontoado flutuante e que os peixes estavam a ficar cada vez mais enclausurados nestas armadilhas flutuantes. Já não bastavam as redes de pesca, agora o lixo torna-se verdadeiramente um problema de dimensões incríveis. As caras deles foram a reação pretendida pelo artista, estavam mesmo introspetivos e nada sorridentes, foi notório.

As restantes salas já foram encaradas de uma forma mais descontraída até porque nem sempre conseguimos explicar tão bem o conceito por trás de cada abordagem. Mas ao voltarmos à sala principal eles ficavam novamente mais pensativos... vale a pena la ir com as crianças.









Da parte da tarde continuámos com um passeio visual forte e negativo. Fomos à ruína do Restaurante Panorâmico de Monsanto e as reações das crianças são sempre incríveis. Estava um dia de chuva, nevoeiro e tudo ajudou para construir um cenário deveras deprimente. Primeiro entraram desconfiados, com a sensação de que os estaríamos a conduzir para uma situação proibida, mas a presença de um segurança fez rapidamente esquecer esta sensação de intrusão. Lá dentro explorámos todas as divisões, admirámos a cidade de Lisboa, pudemos falar da história de Marielle Franco e dos pormenores do painel do Vhils, também lhes falei do Miguel Januário e das manifestações MaisMenos. Eles adoraram, ficaram super impressionados com tudo aquilo, os graffitis, a destruição, mas acho que é fundamental expor as crianças a estes cenários, que embora controlados, são uma fiel demonstração da arte de rua, do vandalismo e do que pode ser feito para potenciar estes cenários.
Gostámos muito e recomendamos!