21 de junho de 2017

Chegámos ao fim do ano letivo



Chegámos ao fim do ano letivo e eu sinto que acabámos agora mesmo de correr a maratona - exaustos.
A última semana ainda não acabou mas faz de conta que sim porque o que falta já são uns momentos de convívio, atividades lúdicas e pouco mais. Foi hoje a prova de aferição de matemática para os alunos do segundo ano e em simultâneo tivemos greve dos professores mas onde foi decretado o serviço mínimo. As provas fizeram-se e à tarde "gozemos" então da greve...
Comparar este ano com uma maratona para mim faz todo o sentido, aumentámos a fasquia da complicação introduzindo o conservatório na equação semanal e foi tudo muito intenso, mesmo! Na escola os programas curriculares à excepção de matemática são bastante razoáveis e não merecem grandes comentários, porém há uma discrepância enorme face à matemática. Não achei que o programa fosse complexo vendo matéria por matéria, porém, achei que foram demasiadas matérias, demasiados conceitos, uma correria para conseguir espremer tudo nas semanas de aulas. Ele foi tabuada, ele foi multiplicação de frações, perímetros, massas, volumes, sólidos, decomposição de números, problemas de dois e três passos, muita abstração e pouco tempo para consolidar, para conversar sobre a matéria. Abro o livro desta disciplina e dou de caras com um capítulo "Organização e Tratamento de Dados Estatísticos", oh valha-me deus há necessidade? Tabelas de frequência absoluta e relativa?! Juro que fiquei chocada. Mais uma vez repito, não é pela complexidade da matéria, que muitas vezes é exposta de forma simplista e até infantil demais, mas há necessidade de introduzir tantos conteúdos?
As crianças ainda não deram a divisão de números inteiros e já dividem segmentos de reta com frações, já multiplicam números utilizando frações. Fazem a contagem do dinheiro com números decimais e conversões de unidades métricas. ELES TÊM 7 OU 8 ANOS!!! HELLOOOOO?!?!
Cálculo combinatório!?!

Uma criança desta idade consegue evidentemente absorver toda esta informação, há alunos geniais na turma na minha filha que são autenticas barras em cálculo mental e assim haverá em centenas de escolas. Mas e os outros? Aqueles que não têm aquele empurrão em casa e não estou a falar de crianças com carências económicas, falo de todos aqueles cujos pais não podem ou não querem ou não conseguem ajudar por falta de conhecimento. Essas crianças são apanhadas neste terramoto de informação e nem sabem o que lhes acontece. A matemática carece de muita prática, muito treino, é como um jogo. O desafio de resolver um problema e o entusiasmo de o acertar fica totalmente para segundo plano porque NÃO HÁ TEMPO A PERDER. E isto é no mínimo de lamentar.

Eu vi a minha filha aprender conteúdos que eu dei no ciclo e no secundário! Pergunto: daqui a uns 3 anos vão aprender o quê? Cálculo integral? Álgebra Linear? De que lhes serve conhecer tantos conceitos se muitas vezes olham para eles e efetivamente não os percebem?

Isto ultrapassa-me e tenho mesmo de o partilhar.

Mas enfim, acabámos a maratona, deitámos os bofes para fora. Aprendemos a tocar violoncelo, passos de ballet, muitas coisas importantes na escola. Agora é tempo de relaxar, brincar, nadar, desligar um pouco a mente.
Por aqui continuaremos no nosso vagar.

Até já e parabéns a todos os alunos que concluíram mais um ano escolar, vocês são os maiores!

nota: caso tenham interesse fica o link para as provas de aferição http://provas.iave.pt/np4/home/

19 de junho de 2017

música para hoje



Ainda sem palavras.
Impossível não nos termos lembrado do que nos aconteceu há quase um ano...

17 de junho de 2017

Serralves em Festa 2017

Este ano conseguimos finalmente regressar ao Serralves em Festa, a última vez que lá fomos já foi há 4 anos!! O dia esteve fantástico, um sol maravilhoso mas não muito calor, como fomos de manhã não havia propriamente uma multidão no parque e conseguimos desfrutar de tudo com muita calma. Para ajudar à festa, os avós do minho e as primas também foram e só terminámos o nosso dia ao fim da tarde depois de muito andar, conviver e brincar.

A primeira coisa que fizemos foi visitar a exposição do Miró, era o último fim-de-semana e quando entrámos nem havia fila, ao contrário do fim da tarde...
Os miúdos gostaram, as mais crescidas leram todas as legendas dos quadros e era giro vê-las tentar decifrar o título e encontrar o sujeito em cada obra. Os mais pequenos julgo que se identificaram bastante com esta estética :))




Depois daquele breve momento indoor, todo o resto do tempo foi passado no jardim sendo o prado um dos preferidos e onde assistimos a alguns concertos. É muito bom ver as crianças tão soltas e endiabradas e contagiadas pela música que se fazia ouvir. Na prática foi o nosso "primeiro festival" com as crianças e poder passar-lhes o nosso entusiasmo por este tipo de eventos é muito bom. Ainda há dias li um artigo (já não sei onde, é sempre a mesma coisa) onde se falava sobre esta questão: ir ou não ir com os filhos aos festivais, se os pais devem ser assim tão amigos e companheiros dos filhos. E o artigo era bastante assertivo tendo uma perspetiva que assentava mais na transmissão dos gostos dos pais do que na ideia de "controlar" os filhos sob o disfarce de uma amizade paternal despropositada. Criar nos filhos a memória de que fizemos coisas juntos é sempre positivo, transmitir aos filhos que gostamos de música, de pintura, de teatro, de montanhismo mesmo que isso não seja 100% do seu agrado acaba sempre por criar no futuro memórias que se tornarão gratificantes e construtivas. Claro que eu não tenho por objetivo ir a festivais com os meus filhos e com os amigos deles, cada coisa a seu tempo, mas acho importante que os meus filhos saibam que são ambientes que nós também frequentámos e que teríamos sempre prazer em partilhar com eles caso se proporcionasse. Quem diz festivais de música diz qualquer outra atividade...

A par da música também as atividades pedagógicas cativaram imenso os garotos, todos fizeram máscaras e adereços para o cabelo utilizando materiais do parque. Os monitores eram todos muito porreiros e foi sempre o cabo dos trabalhos arrancar os miúdos das tendas.




As primeiras junto às grades, a coisa promete!


Foi também no prado, neste grande relvado que nos deitámos todos a ouvir um concerto de trompetes e que eu apanhei o meu primeiro escaldão na cara desde há milhões de anos. Foi um erro básico, estava um vento bastante fresco e até forte, mas o sol estava totalmente aberto; aqui a vossa amiga deitou-se durante um bom bocado a passar pelas brasas e pinfas foi o que bastou para nessa noite ficar em modo paprika.


Entretanto estivemos numa zona onde os miúdos exploraram as árvores do parque, analisaram as folhas, frutos e até parasitas. Aprenderam a medir a altura das árvores e cada um com a sua lupa ali andaram quais cientistas a ver tudo.





É sempre bom regressar ao parque, está naturalmente muito bem cuidado e em todos os recantos há coisas bonitas para ver. Infelizmente ainda não foi desta vez que fomos ao Museu de Arte Contemporânea, mas lá chegaremos um dia destes!






13 de junho de 2017

Uma volta pela história da arte


Quando fomos às Caldas tivemos também o aniversário do nosso sobrinho mais novo e aproveitámos a ocasião para ficar em Lisboa. No dia seguinte fomos então fazer aquilo que mais gostamos: passear!! Enchemo-nos de coragem e fomos para a zona de Belém que tal como imaginámos estava APINHADA de gente, incontáveis excursões, uma caminhada qualquer, ruas totalmente cheias de gente e carros mas ainda assim mantivemos o nosso plano.



O nosso primeiro ponto de paragem foi o novo Museu dos Coches. Eu já o conhecia bem no antigo edifício mas desde que abriu a nova "garagem" ainda não tínhamos tido oportunidade de visitar. Tivemos sorte que apanhámos as entradas gratuitas para assinalar a reabertura desta exposição. Ao que parece o novo espaço quando abriu não foi consensual na distribuição dos coches nem tão-pouco na sinalética ou cronologia, portanto abriu, fechou e reabriu com tudo organizado, bem iluminado e datado. Pessoalmente confesso que foi com muito cepticismo que vi a criação deste espaço, na verdade não havia necessidade no entanto foi com agrado que vi os coches renascerem da escuridão que era o antigo espaço. Agora a observação do espólio é desafogada, limpa, podemos circular em torno de cada carruagem e muito sinceramente a coleção saiu valorizada e isso para mim já valeu a pena a mudança, contudo há sempre muitos problemas colaterais que enfim todos sabemos que são desnecessários como os orçamentos de obra que derrapam, a despesa energética que é brutal, etc etc etc

Foquemo-nos então no principal, as reações dos miúdos. As crianças gostaram imenso claro, pudemos explicar-lhes com detalhe a evolução do coche até ao automóvel, eles viram os pregos, os detalhes decorativos, o brilho da talha, o início dos transportes coletivos, de elite e de serviços, acho que compreenderam bem a mensagem do museu. Gostaram também imenso das projeções que havia nas paredes e que ajudavam a contextualizar os coches, o ambiente minimalista do espaço é também complementado com música barroca e fica muito muito bem.

 "Mãe, agora tira-me uma foto com o coche"

Este coche dos oceanos é um verdadeiro sucesso e da maneira como está exposto não é caso para menos. Não me recordo de ter este impacto no antigo espaço, de facto...

As projeções multimédia sobre a coleção - ajudaram na contextualização histórica e documentação dos processos de restauro e conservação.



Na rua tivemos a oportunidade de ver um bocadinho do render da guarda em frente ao Palácio de Belém (não sei o nome mas já tinha visto esta parada quando era miúda).

Depois de almoçarmos continuamos o nosso passeio do outro lado da linha de comboio e fomos ao MAAT. O contraste não podia ser maior e creio que as imagens falam por si. Lisboa está uma cidade tão linda quanto caótica mas é sempre um prazer regressar, passear e mostrar todas estas novidades às crianças.






A exposição no MAAT era sobre as cidades, a utopia, o caos, o futuro. As crianças embora consigam identificar os objetos porque são na sua maioria de uso quotidiano, a verdade é que por vezes ficam bastante impressionadas com as instalações. Consegue identificar mensagens de guerra, de mensagens em excesso, gostam sempre muito das projeções!




Realidade aumentada, um sucesso.





Tão bom como a exposição foi a subida ao topo do edifício :D "Não é todos os dias que podemos andar no telhado de um prédio" diziam eles :D
A vista vale muito a pena, a arquitetura é muito impactante, vale a pena cá vir sem dúvida, mas achei o espaço interior pequeno, ou pelo menos imaginei que a exposição fosse mais extensa e isso foi pena.





À esquerda o Museu dos Coches, à direita o MAAT e Museu da Eletricidade.

Uma das coisas que mais gosto, o antigo e o contemporâneo sempre em simultâneo.

Os meninos também viram Jacarandás em flor com fartura.

Por fim ainda arriscámos os Jerónimos. Eram hordas de turistas socorro! Ficamos-nos apenas pela igreja e nem nos atrevemos a meter na fila para os claustros. Deu para visitar Camões e Vasco da Gama, explicar o que é o estilo Manuelino e ficar impressionado com a diferença que era visitar todos estes espaços há meia dúzia de anos praticamente vazios e agora é o verdadeiro teste aos nervos.



Por fim missão cumprida, muita cultura visual, um dia em cheio e crianças esgotadas ;)
Pode ser que em breve voltemos.